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SERROLÂNDIA

UMA GRANDE HOMENAGEM

José Bispo de Oliveira, “Zé Passarinho”
105 ANOS DE VIDA

BIOGRAFIA
Celebrar 105 anos de vida é para poucos, José Bispo de Oliveira, “Zé Passarinho” como é conhecido teve esse privilegio. Esse homem simples e pacato nos dá uma grande demonstração de força, coragem e resistência. Ele foi capaz de vencer todos os desafios que a vida lhe apresentou. Ele foi criança e jovem numa época muito diferente da qual vivemos hoje. Muito do que ele viveu e experimentou pode nos parecer inacreditável. Há 105 anos as condições de vida, o comportamento das pessoas, a religiosidade, a escola, o namoro, o casamento, o relacionamento entre pai e filho, enfim, a vida, era bem diferente. “Zé Passarinho” representa a memória viva dessa época.

Filho de família pobre e numerosa, José Bispo de Oliveira, nasceu a 30 de março de 1906, era o segundo dos oito filhos do casal Hermínio Bispo de Oliveira e Bernardina Rosa de Oliveira. Nasceu e se criou no lugarejo de Lagedo das Palmeiras, distrito de Jacobina, em meio a muitas dificuldades e privações.

Sua infância foi igual à de todos os meninos da época. Com muita imaginação inventava os próprios brinquedos com conca de licuri, pedaços de madeira, pedras e ossos.

Foi criança levada, mas que sossegava apenas com um olhar dos pais. Freqüentou pouco a escola, não se adaptou a palmatória que os professores usavam para corrigir os alunos. Foi quando criança que ganhou o apelido de “Zé Passarinho”, pois chorava muito.

Mas para os adultos da época, criança não precisava brincar e nem estudar. Tinha logo que aprender a trabalhar na roça, no cabo da enxada, da foice, do cavador, do picareta. Foi esse aprendizado que herdou de seus pais, ofício que lhe garantiu o sustento de sua família mais tarde.

“Zé Passarinho” também foi jovem. Começou a namorar cedo, com 10 anos. Nesta época um olhar ou aperto de mão era sinal de compromisso. Primeiro se pedia consentimento ao pai para depois se cortejar a moça. Na ceva da mandioca as moças testavam a força dos rapazes para saber quem era o melhor partido, o rapaz mais trabalhador. Tinha muita vontade de vestir farda, se servir o exercito e ir para a guerra defender a sua Pátria. Não pode realizar este sonho, foi dispensado. Aprendeu a beber e a fumar, coisa comum para a juventude da época. Esses vícios ele cultivou durante boa parte de sua vida.

Em 1926 casou-se com Jovelina Benta de Oliveira, jovem paciente, trabalhadeira e dedicada. Tiveram 14 filhos: Manoel, Aloísia, Dirciolina, João, Ernestina, Anemésio, Isaias, Daldito, Arcênio, Pedro, Maria, Agnailda, Antônia e Janilda. Como agricultor de mãos calejadas criou os seus filhos. A vida não era fácil. E ele algumas vezes teve que sair para trabalhar em outros lugares, enquanto sua dedicada esposa ficava a sua espera, cuidando da família.

Era um pai rigoroso, austero, por vezes duro. Colocou muitos pretendentes de suas filhas para correr. Mas nunca surrou os filhos. Ensinou a eles a única coisa que sabia: a melhorar os roçados com o suor do seu corpo e dali extraírem o seu sustento. Batizou todos os seus filhos na fé católica. Desde cedo os ensinou a rezar.

Mas seus filhos desejavam um destino diferente e embora não tivessem estudado muito, foram abandonando um a um a casa do pai para tentar uma vida melhor. Dois deles, Manoel e Isaias, são considerados desaparecidos, partiram há mais de 40 anos e nunca mais deram notícias. Não se sabe se estão vivos ou mortos. Todos seus filhos se casaram e constituíram suas próprias famílias, alguns foram para longe, para São Paulo, Salvador, outros ficaram perto como em Capim Grosso e Serrolândia. Dos 14 filhos que teve, cinco já faleceram: Aloísia, Dirciolina, João, Anemésio e Daldito. Perder pessoas queridas é a desvantagem de se ter uma vida longa.

Em 1979 “Zé Passarinho” perdeu Dona Jovelina, a “D. Jove” como era conhecida. Ela faleceu em São Paulo quando estava visitando uma de suas filhas. Lá mesmo foi enterrada sem que pudesse se despedir nem prestar homenagem à mãe de seus filhos, sua esposa durante 49 anos. Arrumou algumas companheiras que pudessem cuidar dele, mas essas vieram também a falecer.

Hoje “Zé Passarinho” mora sozinho em sua casa contando com o carinho e atenção de seus sobrinhos. Não cumulou bens materiais. Sabe que desta vida nada levaremos a não ser o que se guarda no coração. É um homem sadio, forte, que adora assistir televisão e contar piadas. Leva uma vida simples sem grandes preocupações, diz que o segredo da vida longa é não se preocupar com o dia de amanhã. Tudo na vida passa e Deus proverá tudo.

“Zé Passarinho” nunca viu o mar, mas não tem vontade de conhecer, pois não gosta de viajar. Ele só se arrepende de duas coisas nesta vida: de não ter aprendido a ler e escrever e de não ter colocado uma dentadura.

Todas as etapas de sua vida estão registradas na sua memória, pois apesar dos 105 anos “Zé Passarinho” é extremamente lúcido. É um homem alegre brincalhão, contador de casos, tem um corpo franzinho, mas a força de um gigante.

E é com muita alegria que familiares e amigos comemoram o aniversário deste homem sertanejo forte que soube resistir à passagem do tempo e as dificuldades da vida. Pedimos a Deus que continue a derramar suas bênçãos sobre ele, para que “Zé Passarinho” permaneça longos anos em nosso convívio.

AUTORIA: KATIA - ADAPTAÇÃO: LAERTH

2 comentários:

  1. Parabéns Tio Zé, muita saúde e Muita Paz, e continue muito e muitos anos, com a sua presensa!

    Felecidades!

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  2. Ir.ivone Oliveira Bispo14 de abril de 2011 às 07:32

    Parabèns!
    Rezei muito pelo sr. Nesta data bela, aqui è a sua neta que tanto te ama!
    estou na Itàlia, longe mas nao me esqueci do seu aniversàrio, que Deus continue a lhe abençoar, sua neta Ir. Ivone filha de Maria.
    bjos e minhas oraçoes sempre!!!!!!!

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