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OPINIÃO
Falência do ensino e derrocada moral

O Brasil vive um momento singular na linha evolutiva.
Temos um vasto território, terras agricultáveis, bom clima, um parque industrial pujante, abundantes recursos naturais, energia e economia de escala.
Esse conjunto de fatores transforma o Brasil em candidato natural à potência do século XXI e permitiria financiar uma revolução social com consequente transformação de um povo empobrecido, semi-analfabeto e com direitos básicos negados, em cidadãos plenos e ricos.
Lamentavelmente existem dois pré-requisitos que representam verdadeiros óbices, quase intransponíveis.
A primeira deficiência está na área política.
Há décadas os quadros políticos vêm se deteriorando com indivíduos moral e tecnicamente despreparados galgando o poder. Estamos vivendo a falência múltipla do Estado, fruto de uma decadência semelhante àquela que esfacelou o Império Romano com bárbaros se apossando de um país desenvolvido que não compreendiam.
Aqui a situação está ganhando contornos preocupantes, pois tanto no Congresso como também na grande maioria das casas legislativas e mesmo em instituições de Estado, já há predominância de novos bárbaros.
Esses bárbaros da era moderna pouco diferem daqueles que saquearam e destruíram o Império Romano. São indivíduos sem moral, sem ética, sem visão de Estado, movidos por ambições pessoais e sentimentos mesquinhos. Não estão organizados em tribos e sim em partidos e sindicatos, mas são igualmente destrutivos.
Enquanto o ensino não der um salto qualitativo o país não será capaz de formar quadros políticos e num futuro próximo, haverá escassez até de mão obra qualificada para dar sustento ao desenvolvimento.
O ensino público é um sistema falido cujo objetivo parece ter se reduzido a diplomar semi-analfabetos para mascarar o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH do país e fazer marketing político.
A falência do ensino público fundamental e médio tornou o ensino superior inacessível para alunos oriundos da quase totalidade das escolas públicas.
Diante dessa realidade não é preciso ser vidente para antever o futuro.
Com o ensino decadente e transformado numa máquina de emissão de diplomas, estamos formando verdadeiras hordas de incapazes que não serão absorvidos pelo mercado de trabalho. Provavelmente a maioria ingressará no mercado informal ou engrossará as fileiras do crime organizado. Essa última opção tem se mostrado atraente, apesar da baixa expectativa de vida. O crime não exige experiência, qualificação ou qualquer requisito além de audácia e barbárie.
A grande questão é que faltará mão de obra qualificada para alavancar o desenvolvimento e crescimento do país.
Atualmente já existe um déficit de mão de obra qualificada em vários setores, notadamente na construção civil que é das molas de impulsão do desenvolvimento.
Todos esses aspectos mostram que o ensino é a chave fundamental para o desenvolvimento do país e enriquecimento de seu povo.
Como em outros artigos lembramos o exemplo da Alemanha que saiu da II Guerra completamente derrotada e falida com pouco mais de 60 milhões de habitantes reduzidos ao estado de expropriados pela destruição da guerra. Os únicos patrimônios que a guerra não destruiu foram a educação e formação de alto nível do povo.
Enquanto permanecer esse sistema de ensino que além de medíocre é altamente discriminatório, nosso futuro é duvidoso. O Brasil será progressivamente tomado e dominado por bárbaros que desprovidos de moral e de visão de Estado, lançarão o país em crises e conflitos sociais que podem significar até o fim da República.
Está aí o exemplo da Bolívia.
Se não houver uma mudança radical na política de ensino público, estamos fadados a ser barbarizados.
Bruno Engert Rizzo

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